L’appel du vide

“My dwelling is the shadow of the night.

Why doth thy magic torture me with light?”

(Byron, MANFRED)

Oh! Tu que vens uma vez mais iluminar

Os confins de minha obscura moradia,

Onde, desde que a erigi, a luz do dia

Em coruscantes raios nunca ousou chegar;

O que é que ambicionas, assim, a tatear

Aos trambolhões por entre a espessa, sombria

Escuridão de meu lar, onde a luz do dia

Com seus fúlgidos raios não vem dançar?

Quanto mais perscrutas tu minha escuridão,

Mais despisto teus passos; sempre a me esconder,

Gargalho à beça desta tua pretensão

De encontrar-me – tolo! Não vais aprender?

Sou a IDEIA que ainda dorme, em inação!

O pensamento que não podes conceber!

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 19/10/2022
Código do texto: T7631296
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