Aspiração

Quem sou eu neste Parnaso?

No acúmulo dos dias, das horas

Cultivando incertezas e acasos

Coexistindo com a própria história

Versejando a dor infinitamente hostil

No lume de fragmentos atemporais

Distribuindo flores em terreno ardil

Sempre descontente, almejando mais

Querendo ser eterno entre quimeras

Escrita com sangue a verve que nasce

Das entranhas, entoa um rito de entrega

Quem sou eu, que hábito neste Parnaso?

Ser caótico, que aspira ser poesia na'alma

Vida e morte, concebido fruto sangrado