Dispersos

Minhas pobres rimas parecem que nada podem atingir

O inconsciente quer, o consciente sabe que não pode ter

Meu coração, tão ferido, de sangue faz o tecido tingir

O vermelho escarlate, jorra com força de quem quer viver

Minha vontade é de ficar, mas a razão aconselha partir

O sentimento mingua, nesse ritmo, irá fatalmente morrer

Minha lucidez já não existe, não preciso mais isto fingir

O orgulho se mostra sábio e prevê o que vai acontecer

São visões, sonhos, ilusões, desejos e anseios inalcançáveis

Quero sentimentos que não poderão ser alcançados

São covardias, fugas, desterros e afetos intermináveis

Nesse interim, vê-se tantos sonhos despedaçados

São lembranças, pensamentos, memorias insondáveis

Aqueles afetos serão um dia, finalmente, enterrados

Tamyrys Hadassa
Enviado por Tamyrys Hadassa em 23/10/2022
Código do texto: T7634282
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.