Dispersos
Minhas pobres rimas parecem que nada podem atingir
O inconsciente quer, o consciente sabe que não pode ter
Meu coração, tão ferido, de sangue faz o tecido tingir
O vermelho escarlate, jorra com força de quem quer viver
Minha vontade é de ficar, mas a razão aconselha partir
O sentimento mingua, nesse ritmo, irá fatalmente morrer
Minha lucidez já não existe, não preciso mais isto fingir
O orgulho se mostra sábio e prevê o que vai acontecer
São visões, sonhos, ilusões, desejos e anseios inalcançáveis
Quero sentimentos que não poderão ser alcançados
São covardias, fugas, desterros e afetos intermináveis
Nesse interim, vê-se tantos sonhos despedaçados
São lembranças, pensamentos, memorias insondáveis
Aqueles afetos serão um dia, finalmente, enterrados