O DEDO EM RISTE
Não se pode ser sempre exclusivista,
Com o dedo em riste a todo momento,
A ver o outro como um pestilento,
Que fere sua visão moralista.
Se nas ações dos outros sempre avista
Algo errado, no seu julgamento,
Condena, como faz todo extremista,
Com base em seu falso discernimento.
Não vê que, quando um dedo aponta a esmo,
Os outros três apontam pra si mesmo,
Como a lembrar de suas próprias faltas.
O erro que observa e ressalta,
Quase que sempre nele está presente,
Lá no fundo, tão fundo que não sente.