O abutre

(A Jhonn Balance)

Quando vejo-o o infindo azul do céu singrando

É inevitável que o venha a admirar,

Acompanhando-o enternecido e com vagar,

Negro fanal da Morte, estoico e venerando.

Por horas perco-me ao vê-lo desenhando

Circuncêntricos círculos pelo ar

(Códigos que a mim são vedados decifrar),

Negro arauto da Morte, funesto e nefando.

Alado Custódio do Verme e do Monturo!

Presto meus respeitos com solenidade,

Sóbria ave que em si encerra nosso futuro –

Ponte a ligar Matéria e Eternidade,

Tu nos recordas, sempre à espreita no escuro,

Que, vera, só a Morte – é tudo o mais vaidade…

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 01/11/2022
Código do texto: T7640658
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.