ANIMAL DE ESTIMAÇÃO
Ela quis adotar um vira-lata
E eu desejava ser de uma dona,
Porque vivia embaixo de uma lona,
Abandonado a uma sorte ingrata.
Mas logo quem me deu colar de prata,
Cama e comida em nicho de madona,
Tornou-se uma megera, e de carona
No mal, quase me arranca uma pata.
Quem pensaria que quem adotasse
Um animal de estima em vão jurasse,
E exibisse a maldade nua e crua...
Ela insincera ao ato de adotar,
E sem um coração capaz de amar,
Não mereceu o amor de um cão de rua.