Por falar de tristeza

Por falar de tristeza, já secou o pranto?

Que nem era tanto, nem pouco também.

Que matou a saudade nas rodas do trem

E partiu para além do profano e do santo?

 

Por falar de tristeza e saudade, meu bem,

Já não sei muito bem se o pranto secou,

E também não me lembro se fui ou se vou

carrilar a saudade no trem que já vem...

 

Que já vem, que já vem... que já vem muito tarde,

Vem bem devagarinho, sem fazer alarde,

Sem apito ou fumaça, somente um gemido.

 

Por falar de tristeza, te fiz um poema

Na linguagem mais pura da arte suprema,

Ao roubar do teu seio o leite espremido.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 14/11/2022
Código do texto: T7649656
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