ARTE SOBERANA

Inativo por falta de um mote,

Há dias que meu verso está carente.

Um sopro, um bafejo, é urgente,

Preciso, antes que o tempo se esgote.

O vento prometeu, mas deu calote

E deixou minha lira indigente.

Até a musa, antes tão presente,

Resolveu fazer parte do boicote.

“Poesia está fora de moda”,

Teve a ousadia de me dizer.

“Procura outra coisa, vê se acorda! ”

Como tantos outros, ela se engana

Ao julgar esta arte soberana,

Eterna, sei que nunca vai morrer.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 17/11/2022
Reeditado em 04/07/2023
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