Resignada
Não sei qual fenômeno da natureza define esse estranho sentir
Assemelha a um tsunami, uma tempestade, um furacão
Arrasta e tudo destrói, não vejo para onde eu poderia fugir
É uma dor tão forte, acrescida de outra terrível desilusão
Desisto, entrego a batalha, sei que não vale a pena insistir
Por qualquer ângulo de meu triste olhar, o que existe é a solidão
Se tenho que lutar por isso, não há motivos para estar aqui
Como recolher os pedacinhos quebrados de meu coração?
Mais uma vez, sinto-me exaustivamente disto cansada
A falta de coragem, e a permanência de quem já partiu
Minhas dúvidas são certezas de que não serei amada
Mas bem dentro de mim, qualquer desvelo já se exauriu
Vislumbro que apegos e afagos são de uma vida acabada
No fim das contas, percebe-se que o amor nunca existiu