MARGARIDAS

E outro poeta dar-lhe outro destino, que eu sequer pensei, mas imagino...) H. Alencar

Se até mesmo o Donald, o pato,

Preferiu a Margarida, a pata,

Que é, além de feia, muito chata,

Sempre a mesma roupa, mesmo sapato,

Quem sou eu, poeta de fino trato,

Que nunca a ninguém destrata,

Para, numa atitude insensata,

Condena-la ao celibato?

Mas, de Margaridas prefiro a flor,

Seja amarela ou de qualquer cor,

Para uma possível convivência.

Sei que iremos nos dar muito bem,

Ninguém sofrerá por falta de amor,

E a poesia irá mais além.

.......................................................................................................................................................................

SINA?

Sina? Não, não há sina, há destino

Que se pode mudar durante a vida.

É como se cuidar duma ferida

Trazida desde os tempos de menino.

Olhem atentamente a Margarida!

Se chama bem-me-quer ou mal-me-quer,

Às vezes, uma flor, outras, mulher...

Se bem ou mal, será sempre querida.

Teria uma sina a Margarida,

Por ser deste poeta preferida?

- Não, pois há de florir noutro soneto.

E outro poeta dar-lhe outro destino,

Que eu sequer pensei, mas imagino...

Um quadro, na parede, em branco e preto.

Herculano de Alencar

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 05/12/2022
Reeditado em 05/12/2022
Código do texto: T7665497
Classificação de conteúdo: seguro