SILÊNCIO

Nesta cidade há poucos habitantes,

Não se brincando aqui de esconde-esconde,

Já que todos se veem, indo aonde

Jardins em flor atraem os passantes.

Mas por mais que o bairro simples ronde

Os meus passos e olhos mais distantes

Ficam de quem com seus angustiantes

Silêncios meus apelos não responde.

Há telefone fixo, celular,

E-mail e o meio epistolar

Para dizer alô, matar saudade.

Mas ela a envergonhar-se de eu não

Ser rico, e lutar duro pelo pão,

Se esconde em bairro nobre da cidade.