Soneto do porre

Àquilo desta mestra:

só não resta formato que lhe caiba.

Nem razão que eu saiba

que se assente à sua destra.

Também, onde há de ter razão

nesta terra tão perdida?

Ó, Deus, note esta partida

como notas Tua mão!

Há de ter mais poesia num cadáver

que num homem de sede ardente!

Que amanhece nu com sua capa ao lado.

Sim, à estas coisas se houve dizer:

'Vejam, aqui: um mestre!'. E de repente

todos aplaudem um homem pelado...

Thiago Araújo Oliveira
Enviado por Thiago Araújo Oliveira em 05/01/2023
Reeditado em 03/12/2023
Código do texto: T7687678
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