Soneto do porre
Àquilo desta mestra:
só não resta formato que lhe caiba.
Nem razão que eu saiba
que se assente à sua destra.
Também, onde há de ter razão
nesta terra tão perdida?
Ó, Deus, note esta partida
como notas Tua mão!
Há de ter mais poesia num cadáver
que num homem de sede ardente!
Que amanhece nu com sua capa ao lado.
Sim, à estas coisas se houve dizer:
'Vejam, aqui: um mestre!'. E de repente
todos aplaudem um homem pelado...