Soneto sobre um despertar para o soneto

Há dias o soneto não me chama

Me trazendo ideia e sentimento,

De tristeza, de alegria, outro intento

Que a poesia de um poeta reclama...

Talvez porque o chamado que inflama

E faz da obra seu mais fiel rebento,

Este, sim, se quisesse bem isento

De bisar-se em forma, que não se ama.

Ah!... Mas a vida convoca e me alerta

Para a tragédia dos índios no norte,

Que nossos corações hoje desperta...

Como deixaram vida tão incerta,

Cruel, roubada, sim! Que triste sorte

Nos mostra a crueza em carne aberta!