CADÁVER FELIZ
É a Razão de mau humor, não me equivoco,
É o azedume de mil sacristias
Profanadas, estigmas de reboco,
Anunciação sem Virgem, com vadias.
Chore um Danúbio, chore um Orinoco --
Não é Loucura, ainda, entre arredias
Emissárias da angústia. Que é o sufoco
De nascer vivo contra tais estrias?
Loucura é o álef tatuado à testa
Dum cadáver feliz, um porco frade
E amigos javalis chegando à festa,
É uma outra coisa, e tudo bem! É a pá de
Cal sobre o arrôto utópico que resta,
Pentelhos de Rebeca e Sheherazade.
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