SONETO ILUDIDO

Ah, ilusões da vontade, ideais utópicos!

Miragens nos Saaras do intelecto!

Que sortilégio as trouxe aos tristes trópicos

Do brio perdido e espírito abortado?

Que maldição nutriu esse olho infecto

Que a tudo mal medindo absorve errado?

O orgulho da ignorância sublimada

É paralaxe em perspectiva torta,

Postigos miópicos em toda porta

E promessa de queda em cada escada.

Das boas intenções a longa estrada

Redunda em beco que já não comporta

Os rumos dos perdidos nem conforta

A turba às ilusões acostumada.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 07/02/2023
Código do texto: T7713581
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