Memento mori

(A Beatriz Uchôa)

É triste, meu amor…! Triste – mas natural:

Estes frutos e flores a nos deleitar

E que Vesna nos deu haverão de murchar

Quando escorraçá-la o frio Bóreas invernal.

E conosco também é assim… Afinal,

Cá estamos nós, jovens, frescos, a nos amar:

Igualmente nosso calor há de esfriar

Ante de Tânato o hálito sepulcral.

Tudo, meu bem, nasce apenas para morrer,

E também a nós dois, à hora da partida,

Hão de chorar-nos – mas, depois, nos esquecer.

O Amor, porém (disseram-me), transcende a vida –

Morrendo fundidos num único ser,

Espera-nos a Eternidade, ó querida!

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 13/02/2023
Código do texto: T7718274
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