De fato, o Último

De fato, já não sinto o sol no rosto

Nem vejo mais o vento galopando...

O tempo é matemática e, imposto,

É cântico mortal, moroso e brando...

De fato, o último Condão composto

Foi expressão de morte e dor somando

Partículas de caos e atroz desgosto...

Eis um soneto meu agonizando!

Já não enxergo bem o que me espera...

Talvez o brilho negro da exosfera

Que na garganta causa inflamação?

A minha voz tornou-se minha Fera

Enquanto o meu silêncio dilacera

Os versos meus em decomposição...

Gustavo Valério Ferreira
Enviado por Gustavo Valério Ferreira em 17/02/2023
Reeditado em 17/02/2023
Código do texto: T7721404
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