O monjolo
Ontem pilaste frívolo, oh monjolo,
e almo encanto tomou-me o coração,
que enlevado pulsava ingênuo e tolo,
quando ouvia de amor a confissão.
A água que inda te impele em doce arrolo
ceifou um sonho que não cri ser vão,
levou os beijos de amor, meu consolo,
deixando-me embebido de paixão.
Se hoje temo, é porque nesses sofridos,
desditosos caminhos que ando agora,
todos os gostos já me nascem roídos.
É um drama quando pilas mundo em fora,
pois não sei se recordo os tempos idos
ou lamento o penar que na alma mora...