O monjolo

Ontem pilaste frívolo, oh monjolo,

e almo encanto tomou-me o coração,

que enlevado pulsava ingênuo e tolo,

quando ouvia de amor a confissão.

A água que inda te impele em doce arrolo

ceifou um sonho que não cri ser vão,

levou os beijos de amor, meu consolo,

deixando-me embebido de paixão.

Se hoje temo, é porque nesses sofridos,

desditosos caminhos que ando agora,

todos os gostos já me nascem roídos.

É um drama quando pilas mundo em fora,

pois não sei se recordo os tempos idos

ou lamento o penar que na alma mora...

Reginaldo Costa de Albuquerque
Enviado por Reginaldo Costa de Albuquerque em 27/11/2005
Reeditado em 04/04/2010
Código do texto: T77219