Soneto para um calo no meu pé

Meu calcanhar danou-se a doer.

Uma dorzinha chata e persistente.

Me lembra até a quela dor de dente,

Que dá entre o trabalho e o lazer.

 

Aquela dor que dói de trás pra frente,

Desde o calcanho, à tíbia e o perônio...

E que destrói, sem dó, o patrimônio

Até do bisavô do pai da gente.

 

Meu calo, se me calo, simplesmente,

Faz um calo tão grande em minha mente,

Que nem Freud acolheu no seu divã.

 

Vou enterrar meu calo num soneto.

E só assim, leitores, vos prometo

Aposentar a pena até amanhã.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 20/02/2023
Código do texto: T7723809
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