O hipocondríaco

Sim, minha Helena: estou irremediavelmente

Adoecido – trago as costas tão pesadas!

Minhas pernas – vês? – bambeiam, arqueadas

Sob o peso a dobrá-las constantemente.

A tísica rói-me os brônquios, gulosamente;

Tusso – regurgito sangue às golfadas –

Suspeito até que, escondida, às gargalhadas,

Germina a negra flor de um câncer, lentamente.

Mal como, e mal durmo; excreto pelo – cura!?

Helena, querida! Não digas, por favor,

Tal disparate! Ora…! Curar-me… É loucura!

Eu nada mais tenho além da minha dor;

Um dentro do outro tem sua essência mais pura.

Curado, que resta de mim, meu amor!?

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 21/02/2023
Código do texto: T7724406
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