Soneto do fim do mundo

A vida vem e vai em séculos de existência

O planeta poluído vem desagregando gentes

Entre poemas e martírios velejamos sem sossego

Nascendo e morrendo como eternos indigentes

Se expulsos fomos de Capela, e hoje somos terráqueos

A única fé que nos move é de ainda respirar

Mantendo a circulação a espera do grande final

Que de fim ao nosso calvário desigual

Afinal somos mortais, e caminhamos para a morte

E precisamos de uma justificativa aprazível

Que nos iguale a todos, em um momento solene e único

Mágoas, dores, acidentes, assassinatos, doenças

E é claro que a fatalidade inexiste, somo vítimas

Da cruel desigualdade nascida em cruéis mentes

Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 21/02/2023
Reeditado em 21/02/2023
Código do texto: T7724649
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