O fracassado

Deste modo foi, é – e sempre o será:

Qual um joão-bobo, um joguete de criança,

Pendo de um lado a outro numa dança

De ébrio, nas próprias pernas a tropeçar.

Pode até ser que ouça tua voz, que me dirá:

“Não falte na fé! Mantenha tua esperança!”

Mas bamboleio cá e lá sem ver mudança –

Seja num extremo ou outro, nada há.

Nada! Este mesmo nada que de mim caçoa,

Impelindo-me a cada hora a um lado

À procura de um refúgio, sempre à toa;

A norte, sul, leste, oeste, enviesado

Vem saudar-me o maldito: “Sempre à toa

Foges daquilo que és – um fracassado!”

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 03/03/2023
Código do texto: T7732044
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