Da natureza das coisas.

Da natureza das coisas

A gêmula que não floriu causou lamento,

Não foi polinizada na omissão da abelha,

Causa-me dó a argila que não se fez telha,

E o bolo que murchou por falta de fermento.

Triste da dolomita que não foi cimento,

Comove-me o gameta tardo sem parelha,

As noites siberiana sem "lençol de orelha",

O rio condenando pelo assoreamento.

Lamento pelos braços que não abraçam,

Dos barcos à deriva que não atracaram,

E do carvão molhado que não se fez brasa.

Choro pelo namoro que virou quimera,

Pela casa em ruínas que virou tapera,

Também pelo tijolo que não virou casa.

Aracaju- Seguinte, 03/ 03/ 2023

Um Piauiense Armengador de Versos
Enviado por Um Piauiense Armengador de Versos em 04/03/2023
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