Meu eu redivivo
"Nada há que me domine e que me vença,"
pois danço sobre a morte dos instantes.
No fôlego das horas causticantes
rabisco um sonho, anulo a indiferença.
Morro e revivo em átimos de crença,
e em minha boca nasce o verso de antes
que, urdido em meus intrépidos talantes,
resvala o céu da minha dor imensa.
O verso vivo, claro e sedutor,
rasgando o véu do altar do meu agror,
unge, de fé, as penas mais veladas.
Se morro sob as lágrimas dos dias,
renasço à luz de noites fugidias
"e de outras mais serenas madrugadas!"
Os versos 1 e 14 são de Cruz e Sousa em "Inefável".
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