Meu eu redivivo

 

"Nada há que me domine e que me vença,"

pois danço sobre a morte dos instantes.

No fôlego das horas causticantes

rabisco um sonho, anulo a indiferença.

 

Morro e revivo em átimos de crença,

e em minha boca nasce o verso de antes

que, urdido em meus intrépidos talantes,

resvala o céu da minha dor imensa.

 

O verso vivo, claro e sedutor,

rasgando o véu do altar do meu agror,

unge, de fé, as penas mais veladas.

 

Se morro sob as lágrimas dos dias,

renasço à luz de noites fugidias

"e de outras mais serenas madrugadas!"

 

Os versos 1 e 14 são de Cruz e Sousa em "Inefável".

 

Foto: Canva

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 15/03/2023
Reeditado em 16/03/2023
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