Ouvindo Sampa no Walkman*

De tão longe as pedras do arranha-céu

monumentos de beleza e riqueza

Moradia de tantos, tantos ao léu

Diante da Sé, a Fé, esperança e incerteza

Sobre sangue e café, a Pólis burguesa

É cinza, o concreto como troféu

Ínfimo diante de tanta grandeza

Somos tantos e cada um é um ilhéu

Parcos sorrisos tão todos com pressa

Tudo aqui parece pedir por mais

Tudo importa porém nada interessa

Tantos sonhos, pesadelos tão reais

Passa por mim enquanto me atravessa

Beleza e miséria são tão banais

*trecho da música Sampa no Walkman dos Engenheiros do Hawaii