O poeta morto

Leitor amigo: há muitos anos eu vivi,

Portanto se me estudas querendo aprender

Como fui – que fui – que podia vir a ser –

Advirto-o que disto tudo me esqueci.

Minha pátria? Ignoro. Meu nome? O perdi.

Como – que fui – que seria – não sei dizer.

Da casca da Carne, do invólucro do Ser

Antes mesmo de tu nasceres me despi.

Morto ao mundo, hoje é meu lar a Eternidade;

Livre de corpo, sentidos, coração,

Nada mais tenho a ver com a Humanidade.

Tornei-me, leitor amigo, abstração:

Existo alheio de tua realidade,

Fundido aos versos de minha Canção…

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 13/04/2023
Código do texto: T7762682
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