Quando o parasita assemelha-se ao seu ninho

Pássaros voam numa brincadeira de criança

E o sol brilha no outono do sertão, ameno

É na beleza que age mais forte o veneno

E é no silêncio que eu rodopio nesta dança

Há tanto para fazer que o espírito cansa

Na atonia qualquer Golias sente-se pequeno

Na agonia o antídoto dói mais que o veneno

E o meu sangue jorra no retirar da lança

Tão fundo encravada, está lá há tantas eras

Letarga porém de consequências severas

Quando o parasita assemelha-se ao seu ninho

Ás vezes dá até para acreditar que há paz

Se não pensar até dá para esquecer, mas

Há tanto para pensar quando estou sozinho