AMOR E DOR

Seja um pouco, um pouquinho, um nadinha,

Falar de amor nunca será demais.

Quem se despede do amado num cais,

Resume a dor naquela palavrinha.

Hoje, comparo aquela dor à minha.

Relembro um trem, que me roubou a paz,

Ao levar alguém que amei demais.

Ficamos, eu e a solitária linha.

Apenas duas retas paralelas,

À frente, nada vejo além delas,

Nada se move diante de mim.

Os trilhos, nus, reforçam a tristeza,

Que depois, hei de afogar numa mesa,

Pela noite a dentro, horas sem fim.

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Beleza de interação, Herculano.

JURAS DE AMOR

Amor, que é amor, quando adormece

faz uma prece, ainda que em sonho!

E sonha grande, e sonha do tamanho

que caiba a dimensão da sua prece.

Amor, que é amor, jamais esquece

o beijo congelado no Adeus.

Devolva-me os beijos, que são meus,

enquanto meu amor não esmaece.

Reflita a beleza que há na jura

da fase imatura do amor.

Não seja cega, assim, não seja dura...

eu sou o teu poeta e teu senhor!

Permita que eu encontre na loucura

a lucidez fugaz do sonhador.

Herculano Alencar

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 17/04/2023
Reeditado em 18/04/2023
Código do texto: T7765982
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