Soturnal

Nesse horto frio em que pendeste da haste,

Outrora floriste em olhares vários,

Branco lírio que o vento desfolhaste,

Na estrada dos luares solitários.

Ainda lembras da noite que vagaste,

Aromais nos ares dos incensários,

O silêncio da tarde que exalaste

A solidão dos lares tumulários.

O suspiro das pétalas frementes,

Traz-me do meu passado ressonâncias

E as árias dos ocasos reluzentes...

Sinos que plangem nas torres sozinhos,

E que trazem, etéreas as fragrâncias

Dos sonhos que florescem nos caminhos.

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 20/04/2023
Código do texto: T7768861
Classificação de conteúdo: seguro