A mente e a pena do poeta

A mente do poeta, ao travesseiro,

Vagueia noite adentro, sem repouso,

Como uma nave, sem o trem de pouso,

Num céu que não está pra brigadeiro.

 

E vai, e volta, e roda o mundo inteiro,

Sem bússola, sem mapa, sem biruta...

E ganha, e perde, e retorna à luta...

Que o sono de poeta é passageiro!

 

A mente do poeta, sob a pena,

É infinitamente tão pequena,

Se comparada ao dom da poesia,

 

Que é menor que o verso mais vulgar,

Desses que rimam lua, sol e mar...

Mesmo com alguns erros de grafia.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 22/04/2023
Reeditado em 22/04/2023
Código do texto: T7770018
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