Convalescença
Fantasma fui outrora, vã figura,
Mas deixo de vagar tendo-a encontrado
Banhada assim nas águas de uma anjura,
Num tímido encantar já fascinado.
Descreve com seu riso encabulado
A essência feminina da ternura,
E assim me tenho puro, enraizado,
À frente da certeza que nos cura.
Brincamos de um descanso permanente,
Pois novo sonho brilha no alto espaço
Em frágil coração convalescente...
E sempre num perfil de grande inchaço
Os novos horizontes da paixão
Reluzem como prontos à explosão!