O céu visto da janela

Daqui eu vejo o sol, do outro lado,

Com seu riso amarelo e displicente,

Que parece dizer o que não sente,

E deixar o que sente bem calado.

 

Também vejo uma nuvem fluorescente,

Com seu pranto cinzento e carrancudo,

Que parece dizer que o sol é mudo,

Desde o céu da aurora ao céu poente.

 

Eis o céu, como vejo da janela:

Uma faixa cinzenta e amarela

Que parece esperar o anoitecer.

 

E no fim, lá no fim do firmamento,

Uma estrela me vem ao pensamento,

Como um verso que espera pra nascer.

Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 26/04/2023
Código do texto: T7773567
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