SONETO SEM LUA E SEM ESTRELAS

Um poste existe na minha calçada,

Cuja luz me impede de ver a Lua.

Aquela luz, a visão tumultua,

Torna a minha rua iluminada.

Das estrelas também não vejo nada,

Nem ouço, e meu pesar continua.

Sei que lá no alto a Lua flutua,

Linda, por outros olhos contemplada.

A Lua, que me dava inspiração,

Agora, fora de minha visão,

Trava meus versos já no nascedouro.

Mesmo sem as estrelas e sem Lua,

Teimosa, a poesia continua,

Embora como o zumbir d’um besouro.

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 28/04/2023
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