Dor de amor

A dor que me corrói… oh, dor imensa!

Companheira em lamentos e prazeres.

Confidente de desprezados seres.

Em minha vida, a única recompensa.

Não há em que temê-la, por mais intensa.

Se é nela onde se escondem os quereres

que da ilusão, torpes e vis congêneres,

enquanto a solidão marca presença.

Oh… dor querida, leal sentinela,

por minhas veias, sua Compostela,

peregrinando em nobre penitência.

Jamais ao amor, capricho dos covardes.

Mas sim à dor, que em todo meu corpo arde.

É que me dobro em justa reverência.

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 06/05/2023
Reeditado em 07/05/2023
Código do texto: T7781271
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