Soneto da decadência humana
Somos todos vermes que rastejam na terra
E se alimentam da podridão e do horror
Sem saber que a vida é uma ilusão fera
Que nos arrasta para o abismo sem amor.
Somos todos frutos de uma carne corrupta
E de um sangue que carrega o mal ancestral,
Sem poder escapar da sina puta
Que nos condena ao destino infernal.
Somos todos réus de uma culpa sem nome
E de um crime que ignoramos cometer,
Sem ter consciência do que nos consome
E do que nos impede de viver.
Somos todos mortos que vagam sem rumo
E sem esperança de renascer.