Agonia

Cadê teu riso, que desfaz a dor?

Cadê teu canto, que entorpece a alma?

Cadê teu cheiro, que desperta a flor?

E teu afago que devolve a calma?

Cadê teu beijo, que alimenta o amor?

Cadê teu verbo, que desnuda o trauma?

Cadê teu sol, que acende meu calor?

E tua brisa, que a paixão acalma?

Ausência amarga, no terror da noite,

que se prolonga até o raiar do dia,

na solidão, que é desumano açoite.

Em meio às dores, que não têm remédio,

no quarto escuro, em mórbida agonia,

sem ti, padeço a sucumbir de tédio!

Fernando Antônio Belino
Enviado por Fernando Antônio Belino em 27/07/2023
Reeditado em 28/08/2023
Código do texto: T7847033
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