O flâneur

Ele vem, sozinho, atravessando a ponte:

Noite adentro, a caminhar celeremente,

Passa – em cada passo seu, um quê de urgente –

Pouco antes de sumir-se no horizonte.

Depois volta – outra vez atravessa a ponte.

O vento bate-lhe nas faces, inclemente,

Mas ignora-o. Segue obstinadamente

E torna a desaparecer no horizonte.

Vira à esquerda – à direita – naquela rua

Aperta o passo – dá meia-volta, a correr –

Por testemunha, só a solitária Lua.

Deixemo-lo a sós! Nada mais há a se ver –

São páginas de um livro que somente a Lua

E as mudas ruas da cidade podem ler…

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 21/08/2023
Reeditado em 21/08/2023
Código do texto: T7866717
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