Ela, a saudade

Se ela de novo à minha inspiração

Dolorosa, para a minha serenidade

Hei de dizer-lhe tudo com exatidão

Dum mártir vingador, na crueldade

Pouco importa o gesto, a suposição

Não se fez crente a minha piedade

Pois bem, serei frio e sem coração

Dar-lhe-ei alheação, infiel saudade!

Mas, ai! sentir-te é ter uma fração

É suspirar, imaginar e fazer parte

Que ainda aperta o peito, emoção

Tento, evito, devaneio, desmedido

Caio num versar de ti, tão covarde

E, me ponho a sonhar, ter podido!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

30 agosto, 2023, 16’26” – Araguari, MG

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Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 30/08/2023
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