UMA SOCIEDADE DE GORJETAS, BISCATES E MICHARIAS (SONETO)

UMA SOCIEDADE DE GORJETAS, BISCATES E MICHARIAS (SONETO)

AUTOR: Paulo Roberto Giesteira

Se sujeitando a tudo como meio de arranjar o que precisar,

Andando sujo de alvenaria ou de mecanismos achando a razão,

Seguindo falsas informações que exportam da televisão,

A uma ligação clandestina que entra em cada casa a afanar.

Daquilo que nunca alcança e insiste teimoso a querer sustentar,

Satisfeito com as marcas das esporas da conformada escravidão,

Descarregando excesso para se passar como forte a carroceria de um caminhão,

Pelos trocados ganhados ou esmolados pelo chapéu a depositar.

Previsível as contas necessárias que persistem em não pagar,

Montando um espaço ocupado a que constrói para morar,

Merrecas que satisfazem uma vida de descasos e irresponsabilidades a invasão.

Conformando com migalhas que alguém a joga ou deixa cair no chão,

Sobra que sobra no prato a aparência que pronunciam a propiciar,

Gorjetas, biscates, trocados ou esmolas que não reivindicam nada a mudar.

Paulo Roberto Giesteira
Enviado por Paulo Roberto Giesteira em 31/08/2023
Reeditado em 05/09/2023
Código do texto: T7875046
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