SAUDADE

Cheirando a flor do mato, arengou,

Será que tu sentiu saudade de eu?

Que de tu tive tanta que doeu

De dor que ainda não se acabou.

Depois que o mundo à volta se escumou,

De cafunés com gosto me envolveu,

Vamo matá a saudade, mozimeu.

Com a morte matada pelo amor?

E em meio ao dilúvio de saudade,

Eu nem tentei vencer a tempestade,

Banhei-me de chamegos em cascata.

Se saudade de um dia é morta assim,

Não devo dar saudade, pois no fim,

Matando a saudade, ela me mata.