O meu karma

O meu karma possui sua mão mal deformada

que, desenhando desta maneira desumana,

reescreve, embriagado por loucura ufana,

a sedução em forma duma carne molhada.

Este meu karma bebe pela vida paisana

e se entorna bebendo tudo ou bebendo nada.

E, quando ama, prefere a feiticeira à fada

a satisfazer a minha luxúria insana.

A ele, estarei preso por uma corrente;

por ele, serei eu de fato sinceramente;

com ele, viverei em eterna aflição.

Sem ele, não serei nem um zero, nem eu mesmo,

nem nada sequer beberei, nem sonharei a esmo.

Mas não será um karma... será minha maldição.

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Obs: é, de fato, um soneto de 13 sílabas!