Quando forem os meus sonhos...

Quando forem os meus sonhos só poeira,

Levados pelos ventos solitários;

No claustro de uma tarde derradeira,

Pendidos como folhas nos calvários...

A lembrar, eu ficarei a noite inteira,

Ó mãos brancas unidas por rosários,

Minh'alma de angústia passageira,

Já andaste sem cantar nos campanários...

Vós que vens por caminhos invisíveis

Mostrar-me as etéreas melodias

Da saudade nos poentes indizíveis...

São como as névoas das manhãs saudosas,

Que os campos velam sem melancolias,

Seguindo as pobres almas dolorosas...

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 13/09/2023
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