A sombra que minh'alma contemplava...

Sombras de luto, pelos lutulentos

Caminhos, choram mágoas já choradas.

Alphonsus de Guimaraens

A sombra que minh'alma contemplava,

Na aurora de suave nostalgia,

Se fora como a noite que velava,

Outra vez vieste para mim o dia.

Eu vi palores do astro que brilhava,

Das alfombras o aroma que surgia,

E na voz da solitude escutava,

Pelos ares a atroz melancolia.

Veio a lembrança, de branco, me olhando,

Serena, como a lua nos mosteiros

Que os ermos claustros segues clareando...

Sombras de auroras e de madrugadas,

Que velais os suspiros derradeiros,

Das almas que se vão pelas estradas...

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 29/09/2023
Reeditado em 04/10/2023
Código do texto: T7897404
Classificação de conteúdo: seguro