Senhora, eu trago as horas já fanadas...

Senhora, eu trago as horas já fanadas,

E a mágoa que no peito inda viceja,

Por amar-te tanto às madrugadas,

Minh'alma de saudade lacrimeja.

São teus olhos uns clarões de alvoradas,

Onde uma lua sem termo inda adeja;

E a face, de molduras delicadas,

És como o lírio que o vento beija.

O teu semblante de poente pulcro

Em vésperas de noite luminosa

Me fazes esqueceres o sepulcro.

As tuas mãos, de seda, me envolvendo,

Lembravam a doçura de uma rosa

Que beijastes o orvalho florescendo...

ThiagoRodrigues
Enviado por ThiagoRodrigues em 07/10/2023
Código do texto: T7903489
Classificação de conteúdo: seguro