"Transigência".

Quando no prelúdio da existência,

Abandono o aconchego do quarto,

E atravessando o túnel do parto,

Desperto para a impar vivência.

E, assim, no decurso pleno da lida,

Noventa e oito vezes gira o Terra,

Pois, antes disso, o meu viver não encerra,

Não... - não é meu poslúdio da vida.

A Márcia, a Mônica, a Gabriela,

Eu moldo em cópulas singelas,

Mas, Deus lhes sopra a vida.

O Gabriel, o Cristofer... - não encerra,

O meu interstício da vida no Terra,

Vez que me há muita lida.

II

A Grazielle, a Grazianni, a Graciele, a Vitória,

São as transigentes das ramagens diletas,

Uma vez que são, enfim, quatro minhas netas,

A compor mais uma das páginas da história.

A Carolina foi o meu capitão-mor,

A Laudelina o pirata insano e indecente,

O ladrão que somente rouba da gente,

Mas, a Deise, das decanas, a pior.

Assim é que a vida se vai passando,

No dia-a-dia da minha liça vagando,

Por entre as desventuras mil.

Por isso, a Carolina é o prelúdio do amor,

A Laudelina o poslúdio egoista da dor,

Qual Deise, na vida estranha e hostil.

YOSEPH YOMSHYSHY
Enviado por YOSEPH YOMSHYSHY em 24/12/2007
Código do texto: T790417
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