"Transigência".
Quando no prelúdio da existência,
Abandono o aconchego do quarto,
E atravessando o túnel do parto,
Desperto para a impar vivência.
E, assim, no decurso pleno da lida,
Noventa e oito vezes gira o Terra,
Pois, antes disso, o meu viver não encerra,
Não... - não é meu poslúdio da vida.
A Márcia, a Mônica, a Gabriela,
Eu moldo em cópulas singelas,
Mas, Deus lhes sopra a vida.
O Gabriel, o Cristofer... - não encerra,
O meu interstício da vida no Terra,
Vez que me há muita lida.
II
A Grazielle, a Grazianni, a Graciele, a Vitória,
São as transigentes das ramagens diletas,
Uma vez que são, enfim, quatro minhas netas,
A compor mais uma das páginas da história.
A Carolina foi o meu capitão-mor,
A Laudelina o pirata insano e indecente,
O ladrão que somente rouba da gente,
Mas, a Deise, das decanas, a pior.
Assim é que a vida se vai passando,
No dia-a-dia da minha liça vagando,
Por entre as desventuras mil.
Por isso, a Carolina é o prelúdio do amor,
A Laudelina o poslúdio egoista da dor,
Qual Deise, na vida estranha e hostil.