Tem que sangrar para depois sarar

Todo dia, torna-se a morte mais lenta

Eterna certeza, eterno morrer

Sim, nós vamos, vamos sobreviver

Eterna certeza: a gente aguenta!

Não há mais frescor no chiclete de menta

Tão gasto quanto o esforço de ser

Sim, há muito, muito para viver

Mas chove tanto, terra lamacenta

E sei que um dia tudo valerá a pena

Prometeu o Poeta: “Se a alma não é pequena”

Depois das trevas, só resta aclarar

Que seja, nadamos contra a maré

A certeza? Pode chamar de Fé

Tem que sangrar para depois sarar