Amar

De amar, somente, regem-se os viventes,

de amar e desamar, e amar de novo;

nos ermos do universo achar renovo,

e amar, da noite, os brilhos mais ausentes.

 

Amar o chão sem flores, sem sementes,

o riso triste e o seco olhar do povo;

do peito inerte içar um sonho novo

e amar sem conta... como os mais dementes!

 

Amar a vida e o que ela ofereceu

e, além da morte, amar! E, além do breu,

amar as coisas vagas e medrosas.

 

Amar as incertezas do destino,

amar, na urgência, o beijo vespertino

e amar espinhos como se amam rosas!

 

Foto: Pinterest

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 19/10/2023
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