No perfume cotidiano

 

Voejar é normal, com flutuações nas transições

Numa busca insana, constante para sobreviver

Preencher as lacunas ocultas num bom sorver

Evitando machucarmos a criação nas evoluções.

 

Se por ventura algum ninho for desmanchado

Por um desnaturado estilhaço que o atingiu

Destruindo os galhinhos de quem o construiu

Persevera nas gentilezas e recoze com galhardo.

 

No perfume cotidiano, não maltrate seu coração

Sem muitos rancores, ofereça algumas flores...

Exercício de flexibilidade, valendo a sensação.

 

Abraçar o que a vida oferece com mais valentia

Despertar, refletir e recomeçar com mais labores

Reciclar o bom, rejeitar o que não tem serventia.

 

 

 

Texto e imagem: Miriam Carmignan