"Gosto muito de você, de verdade".

"Gosto muito de você, de verdade".

É o que disse, numa confissão doce...

Esse mesmo gostar nunca mais trouxe

Qualquer consolo; era tudo vaidade.

A confissão, lembro que enquanto a lia

Fui eufórico, como as troças da rua,

Num carvanal sob o brilho da lua,

Festins dourados, risos, ventania...

Eu nessa alegria, fui bobo iludido,

Marchas tocavam, súbito silêncio

- Festa a Afrodite, pois riso de Hades -.

Caiu-se o véu sobre mim estendido!

Foi tudo um engano, eis aí o que penso...

Gostava de mim, mas não de verdade.