A FÚRIA DO ESPINHO

Às vezes, o silêncio é necessário

a fim de se evitar o julgamento

movido por um raso embasamento

que assoma quando injusto o imaginário.

Gritar angústias deixa o itinerário

exposto a olhares sem discernimento,

escravos da censura e o mandamento

é persistir no embate solitário.

A fúria de um espinho, se é medida

conforme a escala do que vê de fora,

frequentemente perde envergadura.

Apenas o que sofre e tem ferida

a própria carne sabe o quanto chora

seu coração, imerso em amargura.